O sadismo dos médicos que tiveram acesso ao diagnóstico de Marisa Letícia
“Tem que romper no procedimento. Daí já abre pupila.
E o capeta abraça ela”. Médica do Sírio Libanês compartilhou dados sigilosos do diagnóstico de Marisa Letícia. Informação viralizou no WhatsApp e motivou manifestações de sadismo entre médicos
Reportagem publicada pelo jornal O Globo nesta quinta-feira revela o sadismo de alguns
médicos brasileiros que tiveram acesso ao verdadeiro estado de saúde de dona
Marisa Letícia.
Segundo a apuração, a médica reumatologista Gabriela Munhoz, de 31 anos, compartilhou informações sigilosas do diagnóstico de dona Marisa, horas depois de sua internação,
na semana passada, em um grupo de WhatsApp de antigos colegas de faculdade.
Gabriela disse no grupo “MED IX” — referência à turma de formandos em
Medicina de 2009 — que dona Marisa estava no pronto-socorro com diagnóstico de
Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico de nível 4 na escala Fisher —
considerado um dos
Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico de nível 4 na escala Fisher —
considerado um dos
mais graves — prestes a ser levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Em reação à informação que acabara de receber, um colega de Gabriela, o médico
residente em urologia Michael Hennich, ‘brincou’ quando ela disse que dona
Marisa não
tinha sido levada, ainda, para a UTI: “Ainda bem!”. Gabriela respondeu
com risadas.
Outro médico do grupo, o neurocirurgião Richam Faissal Ellakkis, também comentou o
quadro de dona Marisa:
“Esses fdp vão embolizar ainda por cima”, escreveu, em referência ao procedimento de
provocar o fechamento de um vaso sanguíneo para diminuir o fluxo de sangue em
determinado local.
“Tem que romper no procedimento. Daí já abre pupila. E o capeta abraça ela”,
escreveu
Ellakkis, que presta serviços no hospital da Unimed São Roque, no interior de São Paulo,
e em outras unidades de saúde da capital paulista.
Sírio Libanês
O Hospital Sírio Libanês afirmou que tomou ‘medidas disciplinares’ contra a médica Gabriela
Munhoz pelo vazamento do diagnóstico de Marisa Letícia.
“Por não permitir esse tipo de atitude entre seus colaboradores, a instituição tomou as
medidas disciplinares cabíveis em relação à médica, assim que teve conhecimento da troca
de mensagens”, informou a assessoria do hospital.
O hospital informou ainda ter “uma política rígida relacionada à privacidade de pacientes” e
repudiou a quebra do sigilo de pacientes por profissionais de saúde.
De acordo com o Código de Ética Médica, profissionais de saúde não podem permitir o
acesso de terceiros a prontuários de pacientes.
‘Dignidade Médica’
Mais cedo, antes mesmo da publicação da reportagem de O Globo, Pragmatismo Político
revelou que médicos da comunidade ‘Dignidade Médica’ — grupo fechado reservado a
médicos no Facebook — celebraram a notícia da morte cerebral de Marisa Letícia
Fonte: Pragmatismo Político
Régis de Sá
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